martes, 11 de outubro de 2016

Bitácoras de aquí e acolá: A casinha das bolachas

Sabedes o que gustamos de argallar para o blogue, verdade? Procuramos novas formas de vos entreter, de aprendermos e darlle novos enfoques a Bolboretas no bandullo. “Bitácoras de aqui e acolá” levaba tempo no noso maxín e foi no último mes cando lle fomos dando forma.
Explicámosvos pois o desenvolvemento e obxectivo desta nova sección que tentaremos aumentar de vez en cando. No fin de facer unha achega importante á consolidación do noso idioma na rede e no ámbito gastronómico, cremos relevante que a través del tezamos fíos máis alá da fronteira. Queremos mostrar como se están a facer cousas ben interesantes en galego e aprender con iso do que fan en blogues doutras partes do mundo. Traeránnos pois outros idiomas e receitas tradicionais a Bolboretas no bandullo, mais tamén levaremos Bolboretas no bandullo e a cociña galega a outros cadernos dixitais. 
Entendemos pois que debiamos comezar con Portugal pola evidente continuidade lingüística e tamén pola proximidade cultural. Con todo, son moitas as sorpresas que nos ofrece a gastronomía lusa que cremos merece ben a pena coñecer.
Así pois arrincamos co blogue portugués A casinha das bolachas, que presenta hoxe mesmo a nosa receita de intercambio. Desde que coñecemos este caderno tiñamos claro que era unha óptima opción pola atracción polo doce e polo traballo constante que vén realizando desde 2015. Ademais, a súa creadora, Ana, é unha persoa encantadora e moi amábel! Do mesmo xeito ca nós, o seu blogue xurdiu a partir das galletas que preparaba para as súas amizades. Sentiu a necesidade de partillar as súas receitas que tanto gustaban. Ademais, o computador ofrece un pouco de orde ao seu corpus gastronómico. A súa relación coa cociña é totalmente apaixonada, desfrutando de cada paso e de cada resultado. Porén, non pensedes que fica só en bolachas. Ana fai un traballo inmenso con actualizacións case diarias co doce como principal paixón mais dando lugar a moi diversas posibilidades. Adoramos receitas súas como as bolachas de limão, Pudim Molotof ou o recente bolo japonês.
Deixámosvos coa receita portuguesa que trae A CASINHA DAS BOLACHAS para Bolboretas no bandullo. Cremos que non teredes problema coa lingua! Aí vai un troco de receitas moi beneficioso J Ides adorar!


Pão de Ló de Alfeirerão


Em Portugal existem várias versões de pão de ló, embora os ingredientes base sejam os mesmos, farinha, açúcar e ovos, o resultado final costuma variar consoante a região.
Esta versão que vos mostro hoje, o pão de ló de Alfeizerão é de um pão de ló numa versão molhada, pois o bolo no seu interior tem uma parte de creme de ovo (líquido) tão característica!
Este bolo tem uma história engraçada, passo a citar: ( http://www.virgiliogomes.com/)

Este pão-de-ló terá nascido em Cós, no Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós, e não em Alcobaça como alguns pretendem. Até por razões históricas e de disciplina monástica tal não parece plausível, pois a doçaria conventual desenvolveu-se em ambientes femininos e aos homens por interdito trabalhar o açúcar durante muitos anos, conhecendo-se a primeira proibição desde D. João II que reinou entre 1481 e 1495. O Mosteiro de Cós esteve durante muito tempo abandonado e hoje deve visitar-se a sua Igreja. Este mosteiro, cuja fundação remonta quase à fundação da nacionalidade, viveu um pouco à sombra do grande Mosteiro de Alcobaça e seriam as monjas de Cós que abasteceriam Alcobaça. Para os mais interessados recomendo a leitura do livro “Intimidade e Encanto”, da autoria de Cristina Maria André de Pina e Sousa e Saul António Gomes, editado por Edições Magno, 1998, onde encontra toda a história do Mosteiro de Santa Maria de Cós.
Não tem sido fácil identificar a data de nascimento deste pão-de-ló. Parece ter, de facto, nascido no Mosteiro de Cós, não se sabendo se era confecionado como hoje o conhecemos. Depois da extinção das ordens religiosas em 1834, muito do receituário, ou melhor, da prática de fazer doces, saiu dos conventos e muitas vezes deu origem à instalação de negócios próprios. O Mosteiro de Cós encerrou as suas portas, após inventário, no mês de Julho desse ano. As monjas deslocar-se-iam para o Mosteiro de Odivelas que tinha formas de sustento, mas outras terão recebido assistência em Alfeizerão. Uma forma de agradecer o abrigo seria a confeção de doces a que estavam habituadas no Mosteiro, e algumas senhoras terão aprendido a confecionar o receituário que não viria escrito mas transmitido por via oral, e pela observação da confeção.
Ora o pão-de-ló como agora o conhecemos, ou dele temos notícia, vem dos finais do século XIX com o Mosteiro definitivamente fechado. O Rei D. Carlos (1863-1908) visitava com alguma frequência o seu amigo fidalgo Vitorino Froes “passando temporadas entre a quinta de Alfeizerão e uma casa em S. Martinho do Porto”. É pois numa dessas ocasiões que, com uma retirada antecipada do forno, ou por falta de prática, que o pão-de-ló ficou mal cozido. Eis senão quando se prova e a resposta foi de excelente aprovação. O próprio Rei elogiou tanto aquela preparação que, a partir desse momento, parece que as poucas que saberiam fazer a receita, começaram a retirá-los antecipadamente do forno pela satisfação que davam. E assim se instala uma tradição que perdura. E o pão-de-ló que foi à mesa do Rei, e aos leilões da igreja, e passou a tradição local. 

Naturalmente não pretendo imitar o original, até porque a sua receita está muito bem guardada, mas garanto que é uma versão bem leal deste exemplar e que não nos deixa ficar mal. Para mim é uma verdadeira perdição. 

Ingredientes:

  • 2 ovos inteiros
  • 8 gemas
  • 125 g de açúcar
  • 50 g de farinha de trigo, fina

Preparação:

Pré-aquecemos os forno nos 220 ºC. Eu costumo colocar um termómetro dentro do meu forno para garantir a temperatura. Forramos uma forma redonda, sem buraco, com papel vegetal, não é preciso untar.








Na taça da batedeira batemos os ovos e as gemas com o açúcar por 10 minutos, até fazer um creme bem fofo e volumoso.








Passado este tempo, peneiramos a farinha e envolvemos delicadamente , de forma a retirar a menor quantidade de ar possível.














Levamos a cozer, na parte inferior do forno por 10 minutos.


Retiramos e deixamos arrefecer completamente. Este bolo deve repousar pelos menos 5 horas antes de ser cortado, não sei explicar o que acontece, mas o creme no interior precisa deste tempo, pelo menos na minha opinião de gulosa.








Espero que gostem! 



Nota: Usei uma forma de 23 cm. Costumo cozer o bolo na parte inferior do forno com a função ventoínha ligada por exactamente 10 minutos. Os fornos variam muito, mas este bolo não deve cozer muito tempo, pois o centro deverá ficar líquido, é uma característica dele. O tempo pode varia entre 7 a 11 minutos. Depois de arrefecer ele baixa um pouco, faz uma espécie de cavidade. É mesmo assim!


Que ganas de irmos a Portugal! Mas agora unha delicia como o Pão de Lo xa fica ao noso alcance con esta fabulosa receita. Agardamos que gustárades desta nova sección e que desfrutáredes coa marabilla lusa que hoxe nos trouxo Ana. Recomendamos encarecidamente que visitedes A casinha das bolachas e que sigades as suas larpeiradas nas diferentes redes:


Iso si, pasaredes o día babexando coas súas fotografías! Adiante con Bitácoras de aquí e acolá! Lémonos, amig@s!

6 comentarios:

  1. :) É uma alegria ver te bolinho por aqui! Foi um gosto participar nesta parceria, gostei mesmo muito. Adorei esta troca, pela partilha chegamos mais longe.

    Um grande beijinho
    Ana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigadíssimos, Ana. Ficamos encantados com esta receita e com a parceria. De seguro que há novas experiências. Um abraço forte.
      Diana e David

      Eliminar
  2. Gostei muito desta ideia que é bem interessante. Vi lá no blog da Ana ( A casinha das bolachas). Muito boas as duas receitas.
    Bjn
    Márcia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigados! Agradeçemos a tua visita e comentario. Tens de probar a torta de queijo e o pão de lo que fez a Ana.
      Abraço!

      Eliminar
  3. Hoxe vouche escribir en Galego ainda que tes me que perdoar as faltas xa sabes que eu o Galego non o falo ben e so o estudei un ano asi que algunha atoparas hahaha.
    Gostoume moito a nova seccion ,e unha maneira de coñecer novas recetas e blogues ,en nada xa vou coñecelo por que o seu Pao de Lo encantoume como boa larpeira que son terei que facelo eso si non sei cando sera.
    Coma sempre un placer virvos vistar .
    Bicos mil wap@s.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Non te preocupes polo galego, a nós encántanos que o intentes! Pois esperamos que o seu blog che guste, a nós gustounos moitísimo e ela é fantástica!
      Un bico e grazas por estar sempre por aquí! 😍

      Eliminar