martes, 6 de decembro de 2016

Bitácoras de aquí e acolá: De cozinha em cozinha passando pela minha

Bolboreteir@s! De novo por aquí, neste feriado de decembro no que retomamos unha das sección novidosas deste 2016: bitácoras de aquí e acolá. Nela, como xa dixeramos, faremos un percorrido por diferentes territorios do mundo, tecendo así fíos desde Galiza e tentando darmos a coñecer a nosa gastronomía e tamén aprendermos da cociña doutros países. Comezamos xa hai máis dun mes con "A casinha das bolachas" e hoxe continuamos con outro blogue luso marabilloso como De Cozinha em Cozinha passando pela Minha. Con isto pretendemos reforzar os vínculos co territorio portugués e insistirmos no valor dunha gastronomía tan próxima e ás veces tan descoñecida.
De cozinha em cozinha leva na rede desde 2009 con case un millón de visitas desde entón. Carla, a súa autora, residente en Vila Nova de Gaia, preséntanos receitas de moi diferente condición porque desfruta a cociña e sobre todo o feito de comer. Comezou pola cociña de supervivencia aínda que pronto lle deu por innovar con diferentes ingredientes. A tradición, iso si, era indispensábel. Con todo, optou por realizar un curso de cociña e pastelaría onde aprendeu novas técnicas e sabores.
En De Cozinha em Cozinha passando pela Minha navegamos perdéndonos entre o cheiro virtual de dozuras inmensas e pratos irresistíbeis como as recentes Jaffa cakes, un típico Arroz de frango e marisco ou unha saudábel Salada de manga. Ademais, Carla ofrécenos recomendacións de nutrición, información arredor de medidas e equivalencias ou un Projecto Marmita ben interesante.
Con todo, o que nos atraeu deste caderno dixital e no que percibimos certas relacións con Bolboretas no bandullo foi na revalorización da gastronomía como activo cultural a respectar. Leonard Cohen xa nos recibe na portada e percibimos como a arte das palabras percorre boa parte do blogue.
É pois para nos un luxo realizarmos esta colaboración con De cozinha en cozinha e que Carla nos traia un prato super tradicional de Portugal arredor do produto estrela, o bacallau. Igualmente, recomendamos un paseo dixital polo blogue luso para coñecerdes máis e para lerdes a receita galega que hoxe nos levamos para alá: empanada de millo de zamburiñas. Non vos enleamos máis e deixámosvos con esta oda mariñeira!


Bacalhau à Gomes de Sá


É um prato tradicional portuense, criado por José Luís Gomes de Sá, dito filho de um comerciante de bacalhau no Porto, com armazém no Muro dos Bacalhaoeiros e muito afamado entre os amigos pelos seus bolinhos de bacalhau. Tendo o negócio do pai falido, José Luís tornou-se cozinheiro no Restaurante Lisbonense onde, certo dia, resolveu criar, com os mesmos ingredientes dos bolinhos de bacalhau (à excepção do leite), um prato diferente. De um manuscrito que se crê ser da sua autoria e que ía dirigido a um tal de João, consta a receita original com a seguinte nota: "João se alterar qualquer cousa já não fica capaz" e é este o teor do manuscrito:
“Pega-se no bacalhau demolhado e deita-se numa caçarola. Depois cobre-se tudo com água a ferver e depois tapa-se com uma baeta grossa ou um pedaço de cobertor e deixa-se então assim sem ferver durante 20 minutos. A seguir, ao bacalhau que está na caçarola e que devem ser 2 quilos pesados em cru, tiram-se-lhe todas as espinhas e faz-se em lascas e põe-se num prato fundo cobrindo-se com leite quente, deixando-o em infusão durante uma hora e meia a duas horas.
Depois em uma travessa de ir ao forno, deita-se três decilitros de azeite fino do mais fino (isto é essencial), quatro dentes de alho e oito cebolas alourar. Ter já dois quilos de batatas (cortadas à parte com casca) às quais se lhes tira a pele e se cortam às rodelas da grossura de um centímetro e bota-se as batatas mais as lascas do bacalhau que se retiram do leite. Põe-se então na mesma travessa no forno, deixando-se ferver tudo por dez a quinze minutos. Serve-se na mesma travessa com azeitonas grandes pretas, muito boas e mais um ramo de salsa muito picada e rodelas de ovo cozido. Deve-se servir bem quente, muito quente.” 
Naturalmente que mais de um século depois alguma “cousa” foi alterada e sendo um prato que se confecciona nas nossas casas, na maioria das vezes é simplificado e não se segue a cozedura do bacalhau em leite e nem sempre vai ao forno. Pode ser cozinhado no tacho e servido de imediato, mas se for ao forno, com bastante azeite, fica muito melhor. 


Ingredientes:

  • 3 lombos de bacalhau
  • Batatas q.b.*
  • 2 ovos
  • 1 cebola grande
  • 2 dentes de alho
  • Azeite q.b.*
  • Sal q.b.*
  • Salsa q.b.* 
  • Azeitonas q.b.*

*Q.b. significa "quanto basta", é dicir, ao noso gusto.

Preparação:

Dê uma fervura aos lombos de bacalhau, coe e reserve (aqui pode usar uma mistura de água e leite).
Descasque as batatas e coza-as em água e sal, juntamente com os ovos.
Retire as espinhas ao bacalhau e desfaça-o em lascas, deixando as peles se gostar.
Corte as batatas em cubos (às rodelas na receita original). 
Corte a cebola às rodelas grossas e leve a frigir em azeite abundante até começar a ficar transparente. Junte os alho picados e acrescente as batatas e as lascas de bacalhau. Envolva até as batatas e o bacalhau alourarem, acrescentando mais azeite se necessário. 
Transfira para uma assadeira e leve ao forno a alourar. 
Guarneça com os ovos cortados às rodelas e com as azeitonas, polvilhe com salsa picada a gosto e sirva.



Xa vedes, amig@s bolboreteir@s, como Portugal veu a nós a través do bacallau e deste xeito histórico de o preparar. Pratos coma este son os que fan que namoremos da gastronomía e que adoremos viaxar coñecendo sabores. Desta vez podémolo facer desde a nosa propia casa grazas á receita que nos presenta De Cozinha em Cozinha passando pela minha. Podemos seguilo tamén desde o seu Facebook ou no Instagram.
Que ben nos vén este Bitácoras de aquí e acolá para repasarmos o portugués e para coñecermos máis desta gastronomía veciña tan saborosa. Grazas, Carla polo teu traballo inmenso e tamén a tod@s vós polas vosas lecturas. Unha fortísima aperta!

7 comentarios:

  1. Estou tão orgulhosa da apresentação que fizeram. parabéns pelo vosso trabalho tão bonito na divulgação da vossa gastronomia. Por aqui, sou grande fã da comida galega e eu e o meu marido vamo-nos lembrar por muito tempo da caldeirada de peixe que comemos em A Guardia e do arroz de marisco em Baiona, nas nossas últimas férias, tudo temperado pela vossa imensa simpatia.
    Um beijinho grande de Portugal para vocês e para os vossos leitores!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigado, Carla. A gastronomia é um dos nossos melhores sinais de identidade e devemos fazer honra dela. Com tudo, o melhor é que pessoas como a Carla façam presentes deste tipo,receitas chegadas de Portugal con tanta história e amor. Adoramos. Que contentes ficamos com esta parceria. Um forte abraço!

      Eliminar
  2. Aun ayer estuvimos en Valença! nos encanta la cocina portuguesa y mi marido siempre toma bacalao, tienen tantas formas de prepararlo y tan ricas! este que nos traes es delicioso, biquiños

    ResponderEliminar
  3. Me encanta la cocina Portuguesa no hay vez que vaya que no me ponga morada con su cocina adoro el bacalao y alli lo hacen de relujo tienen tantas maneras de preparlo que aunque estuviera un mes comiendolo no me cansaria.
    Una de las veces que estuvimos alli comi el Bacalhau à Gomes de Sá y puedo dar fe que esta delicioso ahora no tengo escusa para no hacerlo se ve divinisimoooooooooo y seguro sabe mejor ,ya mismo me voy a conocer el blog de Carla seguro que la visitare mas de una vez.
    Muchas gracias por darnos a conocer blogs del pais vecino yo ya sigo algunos me encanta su gastronomia.
    Bicos mil wap@.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que alegría que che guste!! Ten pintaza e a cociña portuguesa é espectacular!!
      😘😘😁

      Eliminar